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sábado, 19 de novembro de 2011

Guerra entre sacerdotes na TV e na Web

Eu detesto essas polêmicas que de tempos em tempos surgem entre sacerdotes na televisão e/ou na Internet. Na verdade, sinto nojo. Muito, muito nojo, para ser sincero. O mundo perecendo, almas indo todos os dias para o inferno e, enquanto isso, líderes conhecidos nacionalmente em vez de investir seu tempo em pregar de fato o Evangelho de Jesus Cristo e formar discípulos sólidos ficam se ofendendo em rede nacional como comadres briguentas, numa disputa com motivações duvidosas que dá nó nas minhas tripas. Nem tanto pelo que eles falam, isso realmente é o que menos importa (embora ouvir um pastor chamar pessoas de “trouxas” quando de seus lábios não deveria sair nenhuma palavra torpe… convenhamos!). O que me dá ânsias é ver o exemplo. A atitude. A forma de falar. A agressividade. A petulância. A arrogância. O jeito orgulhosamente ofensivo. Em resumo: o péssimo exemplo.
Sacerdotes que deveriam dar a outra face, andar a segunda milha, amar seus inimigos, orar pelos que lhes fazem mal, ser pacificadores… ficam às turras na TV, como galos de briga tentando mostrar quem tem a crista mais alta do que o outro. Quem cacareja com mais força. Quem estufa mais o peito. Que exemplo lastimável e anticristão, vindo justamente daqueles que deveriam servir de modelo para milhões de pessoas! Que péssimo padrão para nossos jovens! Que papelão, feito diante de multidões de não cristãos e também cristãos, muitos dos quais, desprovidos de discernimento, passam a achar que aquele é o jeito cristão de se comportar. E simplesmente… não é.
  Sinceramente? Pouco me importam as causas do bate-boca em rede nacional (em programas pagos pelos fiéis). Por isso, evito falar aqui no APENAS sobre questões como o cair no Espírito ou a porcentagem de cantores gospel endemoninhados, que motivam essas pendengas. Prefiro falar das atitudes demonstradas pelos gladiadores que debatem essas questões. Se não fossem sacerdotes, eu ignoraria. Mas sendo – pelo menos na teoria – representantes do Deus Altíssimo que sobem em altares e servem de modelo para multidões, a questão merece uma apreciação.
Importante: não cito nomes, uma postura que aprendi com um dos meus discipuladores. Mesmo que seja bíblico: lembre-se de que Paulo cita nominalmente em suas epístolas seus ofensores, como Demas e Alexandre, o latoeiro.  Além disso, a Igreja primitiva nunca teve pudores de mencionar os nomes dos inimigos da fé, como o patriarca Orígenes fez no tratado “Contra Celso”. Então, embora eu veja respaldo bíblico e histórico para citar nomes, não vou fazê-lo, meramente por uma questão de elegância. Sigo o conselho de meu discipulador e me restrinjo a falar sobre ideias e ações.
  Então vamos evitar   mencionar nomes e apenas discutir o problema. Que tem sido uma vergonha para a Igreja evangélica brasileira, em especial porque ocorre no âmbito da grande mídia e expõe a Igreja de Cristo como opróbio aos olhos do mundo. Vamos chamar então os  personagem principais dessa polêmica de Scooby-Doo e Fred Flintstone. Pronto. Assim os mantenho no anonimato e você nao vai saber de quem estou falando. De um lado, Fred esbraveja pela TV e pela internet contra Scooby, usando adjetivos como “trouxa” e palavreados de baixo nível. Fred acusa Scooby de fazer a obra de Satanás porque o canal de TV de Scooby faz reportagens onde advoga que práticas comuns na denominação de Fred são obras malignas.
Aí pronto. O povo de Deus se esbalda com o escândalo. É o assunto da semana nos corredores das igrejas. Dezenas de irmãos me escrevem e-mails e tweets e mandam comentários aqui pelo APENAS pedindo minha opinião. Jesus? Que Jesus que nada, agora o tema das conversas na pizzaria após o culto é o confronto entre Scooby-Doo e Fred Flintstone. Pois bem, já que querem saber minha opinião sobre o assunto eu a darei.
  Minha opiniao é: não dou a mínima importância sobre se alguém, seja lá quem for, afirma que 90% dos cantores gospel são endemoninhados (ou era 99%? Nem lembro). Me importa é se na hora em que cantar louvores ao Senhor eu o estarei fazendo em espírito e em verdade. Não dou a mínima se “cair no Espirito” é algo fabricado ou não, pois para mim importa se, deitado ou em pé, meu coração está totalmente rendido ao Rei dos Reis e Senhor dos Senhores. Até porque a minha OPINIÃO sobre isso (que, como a opinião de qualquer pessoa, pode estar certa ou errada) não vai fazer a menor diferença. Nenhuma. Zero. Não vai mudar nada. O que eu acho ou o que Scooby-Doo acha sobre a porcentagem de cantores endemoninhados não muda absolutamente nada sobre a realidade. O que Fred Flintstone acha sobre o cai-cai tem relevância zero. Pois podem ACHAR o que quiserem: no final das contas, quem comanda o grande espetáculo da vida é o Deus Altíssimo. E Ele não acha, Ele sabe.
O xis da questão
Agora… vamos ao que me preocupa de fato, ao que realmente tem alguma relevância aqui: é ver sacerdotes agirem da forma como agem, com deselegância, agressividade, linguajar torpe, prepotência e atitudes similares. Pois os milhões de cristãos que assistem religiosamente a seus programas na TV (embora grande parte deles nem sequer leia um versículo bíblico por semana) passam a achar que aquela deformidade é a forma como um cristão deve se comportar. Quando um verdadeiro discípulo de Jesus não deveria jamais agir daquele modo.
  O Cordeiro de Deus é manso e humilde de coração. Foi açoitado, cuspido, ofendido, espancado, despido e pregado numa cruz. Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca. Essa é a descrição que o profeta Isaías fez dAquele que devemos imitar.  E, sinceramente, você enxerga alguma semelhança entre essa descrição e a forma como os sacerdotes envolvidos nessa polêmica agem? Eu não vejo absolutamente nenhuma. E isso me preocupa. Pois legiões e legiões de bons cristãos estão vendo esses comportamentos na televisão e na Internet e acreditando que de fato é assim que um cristão deve se comportar. E não é. Escute: não é.
Uma das razões de eu seguir o líder religioso que eu sigo é por um ensinamento bíblico que ele me passou: não revide. Não revide! Isso mostra um caráter cristão. Se te ofenderem, fique quieto. Se te acusarem, mandarem e-mails mentirosos a seu respeito, inventarem inverdades que denigram sua imagem, postarem falácias na Internet… não revide. Sofra em silêncio. Se precisar, sue gotas de sangue. Pois se revidar você estará tomando a justiça em suas mãos. E se você toma para si o papel de juiz, o Justo Juiz vai considerar que você assumiu a causa e deixará por sua conta. Quando, na verdade, o papel do cristão é entregar seu caminho ao Senhor e confiar nEle, crendo que o mais Ele fará. Se não me engano o nome disso é .
  Então, meus irmãos, a todos vocês que me escreveram e perguntaram minha opinião sobre essas polêmicas e esses escândalos,  eis aqui ela: “Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor. Pelo contrário, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem” (Romanos 12.19-21). Respondido? Agora seja um bom cristão e reflita se Deus espera de você um comportamento igual ao de Jesus perante Pilatos ou igual ao de Scooby-Doo e Fred Flintstone em seus programas de TV e Internet. Você é inteligente. Você sabe a resposta. Então aja não como quem imita homens, mas sim o Bom Pastor Jesus de Nazaré – o Cordeiro de Deus que tira todo o pecado do mundo. Inclusive a agressividade.
Paz a todos vocês que estão em Cristo.

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