Quem são os 144 mil descritos em Apocalipse?
(1) Existem
menções em dois capítulos diferentes de Apocalipse relacionadas ao número 144
mil. A primeira ocorre em Apocalipse 7:4: “Então, ouvi o número dos que
foram selados, que era cento e quarenta e quatro mil, de todas as tribos dos
filhos de Israel…”.
A segunda menção
ocorre em Apocalipse 14:1: “Olhei, e eis o Cordeiro em pé sobre o monte
Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, tendo na fronte escrito o seu
nome e o nome de seu Pai”.
O primeiro
pensamento que nos vem à mente numa leitura rápida é que esse grupo de pessoas
citados nos dois textos seria o mesmo grupo e, no caso, segundo Apocalipse 7:4,
seriam judeus por conta da expressão “filhos de Israel”
e a menção das tribos de Israel.
No entanto, em
minha opinião, esse não é um entendimento preciso dos textos quando
consideramos todo o seu contexto.
Os
144 mil eram somente judeus?
(2) Em
Apocalipse 7:3 temos algo interessante mencionado: “Não danifiqueis nem
a terra, nem o mar, nem as árvores, até selarmos na fronte os servos do
nosso Deus”.
A expressão
grifada parece nos demonstrar que não existe uma exclusividade do povo judeu
dentre esses 144 mil. À luz dos ensinos do Novo Testamento não
temos mais esse tipo de separação entre gentios e
judeus:
“Dessarte,
não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher;
porque todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gálatas 3:28).
Assim, entendo que
o texto trate de um número simbólico que representa os servos de Deus em sua
totalidade.
Observe que a
numeração é bastante equilibrada e “redonda”, o que parece indicar que se trata
de números simbólicos que retratam a totalidade dos servos de Deus e não uma
numeração literal exata de pessoas especiais somente do povo de Israel. Israel
aqui pode se referir tanto aos convertidos de Israel, quando ao Israel
espiritual (gentios).
Além disso, note a
lista de tribos dos versos Apocalipse 7:4-8. Não temos ali a tribo de Dã e nem
a menção direta de Efraim, mas temos a menção de José.
Mas se José
estiver representando seus filhos, então, Manasses estaria mencionado 2 vezes,
pois já é citado em 7:6.
Essas
incongruências parecem ser propositais para demonstrar que se trata do “Israel
espiritual” e não do Israel físico (judeus).
(3) A continuidade
da análise, agora em Apocalipse 14:4, parece nos mostrar que não se tratava
somente de judeus, mas de servos do Senhor de todas as nações:
“São
estes os que não se macularam com mulheres, porque são castos. São eles os
seguidores do Cordeiro por onde quer que vá. São os que foram redimidos
dentre os homens, primícias para Deus e para o Cordeiro” (Apocalipse 14:4).
As características
desses servos mostram pessoas fieis a Cristo, que foram redimidos por Ele e,
por isso, estavam diante de Sua presença.
O fato de
mencionar pessoas que não se macularam com mulheres não é literal e parece
indicar um símbolo da pureza espiritual, pois o fato de ter relações com
mulheres dentro do casamento, por exemplo, não é pecado e não desabona em nada
a santidade de alguém.
As características
especiais desse grupo demonstram a santidade dos chamados pelo Senhor.
(4) Dessa
forma, concluímos que esses 144 mil mencionados em Apocalipse representam o
número total de servos de Deus redimidos por
Cristo.
Não representam
apenas judeus e nem apenas homens e nem apenas 144 mil. As simbologias precisam
ser interpretadas corretamente a fim de que não se cometam erros de interpretação.
Como exemplo cito
o erro grave das Testemunhas de Jeová que
afirmam que esses 144 mil são aqueles que viverão no céu e que esse número já
está completo.
O restante das
pessoas salvas moraria na terra, em um tipo de paraíso secundário. Rejeitamos
esse tipo de ensino, pois está contrário ao que a Bíblia ensina.
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