(1) Paulo
está repreendendo a igreja de Corinto, pois ela estava
levando questões da igreja (desentendimentos entre irmãos da comunidade) para
serem resolvidas pela justiça “do mundo”, ou seja, diante de ímpios:
“Aventura-se
algum de vós, tendo questão contra outro, a submetê-lo a juízo perante os
injustos e não perante os santos?” (1 Coríntios 6:1).
Paulo via isso
como uma grande derrota e mau testemunho perante o mundo, além, claro, de
demonstrar imaturidade dessa igreja, que não estava sendo capaz de resolver
seus problemas com base nos ensinos de Cristo sobre perdão, reconciliação e
outros deveres cristãos de uns para com os outros.
(2) Dentro
desse contexto Paulo revela a eles o seguinte: “Ou não sabeis que os
santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deverá ser julgado por vós, sois,
acaso, indignos de julgar as coisas mínimas?” (1 Coríntios 6:2).
Esse texto faz
surgir a seguinte pergunta: em que sentido os santos (crentes fieis) irão
julgar o mundo? Sabemos que por nós mesmos não temos qualquer condição de nos
colocar na posição de juízes, antes, somente somos perdoados de nossos próprios
pecados por causa de Cristo.
Logo, a fala de
Paulo parece nos levar na direção de nossa identificação com Cristo. Quando
Cristo voltar estaremos como Ele, ou seja, participaremos com Ele do grande
julgamento, pois estaremos na posição de perdoados, de justificados.
(3) Na
sequência Paulo ainda revela um pouco mais sobre esse julgamento: “Não
sabeis que havemos de julgar os próprios anjos? Quanto mais as coisas desta
vida!” (1 Coríntios 6:3).
O ponto que Paulo
quer destacar é que os crentes estão unidos ao grande juiz de todas as coisas.
Observe que a Bíblia também cita que haverá o julgamento de anjos:
“e
a anjos, os que não guardaram o seu estado original, mas abandonaram o seu
próprio domicílio, ele tem guardado sob trevas, em algemas eternas, para o
juízo do grande Dia” (Judas 1:6).
Assim, podemos
concluir que Paulo tinha em mente que os crentes, unidos com Cristo,
participarão com Ele desse grande julgamento do último Dia. Claro, não por méritos deles próprios, mas pelos méritos
de Cristo.
Os crentes não
serão os juízes que conduzirão tudo isso, mas estarão com o juiz de todas as
coisas!
(4) Tudo isso
deveria levar a igreja de Corinto (e nós) a entender que nossa união com Cristo
nos dá capacidade de resolver as demandas (bem menores) que ocorrem nesse
mundo.
Para Paulo era uma
completa derrota que pessoas da igreja recorressem a justiça humana com
questões que poderiam ser resolvidas por crentes maduros que estavam unidos com
Cristo, o grande juiz.
Paulo chega a
declarar que o mau testemunho era tão grande que era preferível aceitar o dano
do que levar questões perante incrédulos:
“O
só existir entre vós demandas já é completa derrota para vós outros. Por que
não sofreis, antes, a injustiça? Por que não sofreis, antes, o dano?” (1
Coríntios 6:7).
Ou seja, como
igreja de Cristo, seria melhor aceitar uma injustiça contra si mesmo para que o
nome de Deus não fosse desonrado entre os ímpios!
O chamado de Paulo
é para que cada crente assuma seu lugar no reino de Deus e, desde já, pratique
as boas obras que esse reino exige, pois a união dos crentes com Cristo não é
algo pequeno, não é algo imprestável, antes, é algo que exige de nós a
santificação de todos os nossos atos!
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