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quarta-feira, 16 de março de 2022

Os pescadores sem peixes

 


Existia uma associação de pescadores, que vivia no meio de rios e lagos, cheios de peixes famintos. Eles se reuniam regularmente para discutir sobre o CHAMADO para pescar, a abundância de peixe e a emoção de fisgar os peixes mais difíceis.


Ficavam muito animados com o assunto da pescaria, pois amavam isso e podiam ficar dias e mais dias juntos falando desse assunto!


Alguém sugeriu que o grupo precisava de uma filosofia de pesca. Assim, cuidadosamente, definiram e redefiniram a pesca e o propósito da pescaria.


Desenvolveram estratégias e táticas. De repente perceberam que haviam começado de trás para frente – haviam se interessado pela pescaria do ponto de vista do pescador, e não do ponto de vista do peixe.


Como o peixe vê o mundo? Como vê o pescador? O que o peixe pensa? Ele pensa? O que e quando o peixe come?


Era importante entender essas coisas. Por isso, iniciaram estudos e pesquisas. Participaram de conferências sobre a pescaria. Muitos viajaram a lugares longínquos para estudar diferentes tipos de peixes, com diferentes hábitos. Alguns obtiveram doutorado em piscicultura.


Contudo, ninguém havia ido pescar. Formou-se, então, um comitê para enviar pescadores. Havia muito mais lugares (rios) propícios para pescar do que pescadores para ir.


Por isso, o comitê precisava determinar prioridades. A lista de prioridades foi colocada em quadros de avisos em todos os salões da Associação.


Mas, como antes, ninguém estava pescando ainda. Foi feita uma pesquisa para saber por quê. A maioria não respondeu ao questionário, mas, entre os que responderam, descobriu-se que alguns se sentiam chamados para estudar a pesca, outros para fornecer equipamentos de pesca e outros, ainda, para encorajar os pescadores.


E, com tantas reuniões, conferências e seminários, simplesmente não tiveram tempo para pescar ainda.


Jacó era novato na Associação de Pescadores. Depois de uma reunião muito animada, ele foi pescar. Fez algumas tentativas, pegou o jeito e conseguiu pegar um lindo peixe!


Na reunião seguinte, ele contou sua história e foi elogiado pelo sucesso. Acabou sendo convidado para falar em todos os núcleos da Associação e contar como havia sido a sua pescaria.


Assim, com tantos compromissos e por ter sido eleito para a diretoria da Associação, Jacó nunca mais teve tempo para ir pescar, infelizmente!


No entanto, não demorou muito e ele começou a se sentir intranquilo e vazio. Teve saudades da pesca propriamente dita, de sentir o puxão no anzol.


Assim, decidiu deixar a diretoria da Associação, bem como os demais compromissos com os núcleos, e convidou um amigo para ir pescar com ele. Os dois foram – sozinhos – e – simplesmente – pegaram peixes.


Os membros da Associação de Pescadores eram muitos e os peixes eram abundantes. Mas os pescadores continuavam sendo muito poucos. A grande maioria eram pescadores sem peixes! Uma pena!


Será que muitas vezes a igreja que fazemos parte não tem agido como essa associação diante da grande missão de sermos pescadores de homens?


Adaptado – Fonte: Ultimato


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