(1) Muitos se confundem achando que Deus aprovava a poligamia no Antigo Testamento.
Isso não é a realidade. Vemos já em Gênesis que Deus
estabelece um padrão a ser seguido para o casamento, que é o casamento de um
homem com uma mulher (Gênesis 2:24). Logo a seguir observamos que o primeiro
homem citado como polígamo é o maligno Lameque (Gênesis 4:19), um péssimo
exemplo a ser seguido. Seguido a isso, observamos que os homens criaram
culturas humanas em que aceitavam o casamento com mais de uma esposa, mas,
obviamente, pelo machismo daquela sociedade patriarcal, não aceitavam o
casamento de uma mulher com vários homens. Porém, contrariamente à cultura
criada pelos homens, Deus segue orientando, por exemplo, aos reis que não sejam
polígamos: “Tampouco para si multiplicará mulheres, para que o seu
coração se não desvie; nem multiplicará muito para si prata ou ouro”
(Deuteronômio 17:17). Ou seja, dentro do Antigo Testamento temos
fundamento suficiente para observar a orientação de Deus sobre o tema.
Parece-nos muito claro que a orientação de Deus era objetiva e clara, porém,
muitos seguiram o que suas culturas pregavam, rejeitando o ensino de Deus.
(2) Mas a pergunta que intriga a muitos é: por que nos parece que Deus permitiu que homens, Seus servos, tivessem várias esposas e praticassem a poligamia?
Realmente
não vemos muitas repreensões de Deus especificamente sobre esse tema. Mas vemos
claramente que Deus deixou descritas as consequências que esses atos errados
trouxeram. Por exemplo, fica claro na vida de Salomão que o fato de ter várias
esposas foi algo totalmente negativo para sua vida (1 Reis 11-1-4). Vemos
também graves problemas na vida de Abraão por ter aceitado a serva Agar como
concubina. Davi também teve sua família totalmente destruída por causa de seu
descontrole quando o assunto eram mulheres. Temos também o exemplo de
sofrimento de Jacó por aceitar ter várias esposas. Além das orientações
objetivas, esses fatos registrados nos mostram claramente qual é a vontade de
Deus quando o assunto é casamento.
(3) Alguns usam o texto de 2 Samuel 12:8 para afirmar que de certa forma Deus aprovava que Davi tivesse mais de uma esposa.
Vejamos o texto: “dei-te a casa de teu
senhor e as mulheres de teu senhor em teus braços e também te dei a casa de
Israel e de Judá; e, se isto fora pouco, eu teria acrescentado tais e tais
coisas” (2 Samuel 12:8). Numa primeira olhada
nos parece que Deus estaria afirmando que, além das mulheres que Davi já tinha,
se Davi quisesse Deus lhe daria mais. No entanto, essa interpretação não se
harmoniza com o contexto mais amplo da Bíblia, onde já demonstrei que Deus não
aprovava a poligamia. O que temos nesse texto é uma figura de linguagem chamada
ironia. Deus lembra a Davi tudo que recebeu como uma espécie de herança após a
morte do então rei Saul. Deus é irônico com Davi, questionando a falta de um
coração grato de Davi, que buscou insaciavelmente muito mais do que tinha, que
já era muito, cometendo pecado.
Dessa
forma, afirmar que pelo fato de não termos um “puxão de orelha” mais veemente
de Deus sobre a poligamia registrado na Bíblia, não é base sólida para
afirmarmos que Deus aprovava tais práticas, já que a Bíblia não traz cem por
cento de todos os relatos de tudo que acontecia na vida dessas pessoas e te
tudo que Deus tratou com elas.
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