(1) Muitos
usam o texto de Êxodo 23:20 para embasar o pensamento sobre o anjo da
guarda: “Eis que eu envio um Anjo adiante de ti, para que te guarde
pelo caminho e te leve ao lugar que tenho preparado”.
Esse texto, porém,
não embasa a ideia de que cada um tem um anjo da guarda. Esse anjo mencionado
foi um anjo que foi enviado por Deus para guiar a nação toda de Israel pelo
caminho do deserto até a terra prometida.
Não é mencionado
no texto um anjo para cada pessoa. Deus designa esse anjo para acompanhar Seu
povo, mesmo aqueles que já haviam nascido e eram adultos e velhos. Além disso,
a missão desse anjo terminou quando Deus deu posse ao povo na terra prometida.
(2) Outro
texto muito usado por aqueles que defendem que cada um tem um anjo da guarda é
Salmos 91.11: “Porque aos seus anjos dará ordens a teu respeito, para
que te guardem em todos os teus caminhos”.
Mais uma vez esse
texto não embasa a ideia de um anjo da guarda para cada pessoa. No verso 9 o
salmo é bem claro, quando aponta que somente aqueles que fazem do Senhor o seu
refúgio e fortaleza, ou seja, Seus servos, têm proteção especial Dele e de Seus
anjos.
Mas mesmo estes
não têm um anjo da guarda particular. O que vemos no texto é a afirmação de que
existem anjos de Deus cuidando dos Seus servos e trabalhando em benefício
Deles.
(3) Mais um
texto muito usado para defender a ideia do anjo da guarda é Salmos 34:7: “O
anjo do SENHOR acampa-se ao redor dos que o temem e os livra”.
Esse é mais um
texto que de forma nenhuma afirma que cada pessoa tem um anjo da guarda. O
texto afirma o cuidado geral de Deus pelos que o temem.
Note que o
salmista usou o termo “Anjo do Senhor” e não “anjos do Senhor”. Uma provável
referência ao Anjo do Senhor que acompanhava a nação de Israel em suas
peregrinações no deserto (Êxodo 3.2; 23:20) e não uma referência a um anjo para
cuidar de cada pessoa.
(4) Algumas
pessoas também se confundem sobre essa questão de anjo da guarda, pois existia
um pensamento entre os judeus de que cada pessoa tinha um anjo guardião e que,
inclusive, esse anjo podia tomar a forma da pessoa se necessário.
Veja este
texto: “Eles lhe disseram: Estás louca. Ela, porém, persistia em
afirmar que assim era. Então, disseram: É o seu anjo” (Atos 12:15).
O apóstolo Pedro
tinha sido preso (Atos 12:3). A igreja estava orando pela libertação dele (Atos
12:5). Deus o liberta da prisão usando um anjo para isso (Atos 12:7). Liberto
da prisão, Pedro se dirigiu a casa de Maria, mãe de João, onde muitos estavam
reunidos (Atos 12: 12).
O mais
interessante é que ninguém acreditou na palavra da serva que foi ao portão ver
quem batia. Por zombaria, ou se apoiando nessa tradição, os que estavam ali
afirmaram que a mulher estava louca e que, se alguém estava no portão, que
seria o anjo de Pedro.
Evidentemente não
era, era o próprio Pedro. Essa passagem não pode ser tomada para apoiar a
existência de um anjo da guarda para cada pessoa, pois é apenas uma descrição
do que alguns que estavam ali na casa de Maria achavam (ou com que zombaram da
serva) e não uma doutrina do que realmente é.
(5) Assim,
concluímos que a ideia de um anjo da guarda para cada pessoa não se sustenta
biblicamente. Não temos um anjo particular. O que temos é o cuidado de Deus
pelos Seus servos e, para tal, Deus dispõe de seres espirituais criados
especialmente para o serviço Dele e de Seus servos.
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