(1) Em
primeiro lugar é preciso compreender que a Bíblia ensina que Deus estabeleceu
autoridades para que aqueles que andam contra a lei, prejudicando a sociedade
de alguma forma, sejam punidos de forma exemplar:
“visto
que a autoridade é ministro de Deus para teu bem. Entretanto, se fizeres o mal,
teme; porque não é sem motivo que ela traz a espada; pois é ministro de Deus,
vingador, para castigar o que pratica o mal” (Romanos 13:4).
Esse texto deixa
bem claro que a ação punitiva da autoridade, de acordo com as leis e dentro de
suas funções, é respaldada por Deus para que haja castigo para o que pratica
maldades e para proteger as pessoas de bem.
(2) Sendo
assim, uma primeira conclusão a que chegamos é que o cristão pode ser policial
ou militar. Seguir essa carreira não é nenhum pecado, não vai contra os ensinos
bíblicos.
Dentro dessas
funções estabelecidas nessa carreira, o cristão será um braço da lei para
ajudar na punição de quem comete crimes e proteger as pessoas de bem na
sociedade.
Inclusive, muitos
servos de Deus na Bíblia tiveram funções de autoridade: José do Egito, Moisés,
Davi, Daniel, etc.
E
se o policial cristão precisar matar algum bandido?
(3) Sabemos
que Êxodo 20:13 nos ensina a não matar, pois a vida é preciosa para Deus. Mas
em outros textos Deus estabelece que a legítima defesa é um direito.
“Se
um ladrão for achado arrombando uma casa e, sendo ferido, morrer, quem o feriu
não será culpado do sangue” (Êxodo 22:2).
Isso porque o “não
matarás” do mandamento não tem aplicação em todas as situações. Por exemplo, na
própria lei de Deus havia pena de morte para determinados pecados/crimes. E
essa pena era executada por pessoas:
“Quem
amaldiçoar seu pai ou sua mãe será morto” (Êxodo 21:17).
A pessoa que transgredisse essa lei iria sofrer as consequências dela, aplicada
por autoridades da comunidade, levantadas para isso.
O policial, no
exercício de sua função, além de em alguns momentos precisar defender a sua
própria vida, poderá também ter de defender a vida de terceiros como a sua
função preconiza.
Eventualmente,
poderá ocorrer casos em que ele terá de usar a legítima defesa. Nesses casos o
policial não peca no exercício de sua função.
Podemos citar, por
exemplo, um caso em que um bandido pega uma pessoa como refém e ameaça
seriamente a vida dessa pessoa.
A polícia,
esgotadas as possibilidades de negociação, pode decidir que um atirador de
elite abata o meliante. Nesse caso, na defesa de uma pessoa de bem, não peca em
atirar contra o bandido.
E
se um policial cristão ou militar receber uma ordem contrária à Bíblia?
(4) Como em
qualquer profissão sempre existirá a possibilidade de um cristão receber ordens
de seus superiores que sejam contrárias à sua fé.
Nesse caso, deve
buscar a sabedoria de Deus e o diálogo e não executar ordens que sejam
contrárias à palavra do Senhor, mesmo que isso lhe gere retaliações, conforme
vemos claramente nos atos de servos de Deus na Bíblia:
“Então,
Pedro e os demais apóstolos afirmaram: Antes, importa obedecer a Deus do que
aos homens” (Atos 5:29).
(5) Vale
lembrar que, apesar de a Bíblia apoiar as autoridades no uso de suas
atribuições para o bem da sociedade, a Bíblia proíbe veementemente que as
autoridades usem de sua posição de forma autoritária, injusta e corrupta:
“Maldito
aquele que aceitar suborno para matar pessoa inocente. E todo o povo dirá:
Amém!” (Deuteronômio 27:25).
(6) Assim,
concluímos que o cristão pode ser policial ou militar, mas essa não é uma
carreira fácil. Ele deverá cuidar para que seja correto, íntegro e justo na
aplicação da lei aos maus indivíduos.
Poderá usar da
força e da legítima defesa quando necessário, mas deve manter-se longe do abuso
de autoridade, da corrupção e da injustiça.
Agindo dessa forma
será um grande instrumento do Senhor na polícia ou no serviço militar.
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